|
INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES
|
GALILEU (1564-1642) E O MOVIMENTO DE UM CORPO EM QUEDA LIVRE | |||||||
Nasceu em Pisa, em 15 de Fevereiro de 1564, era filho de Vincenzo Galilei (1520-1591), um estudioso de música e Giulia Ammannati (1538-1620). Estudou na Universidade de Pisa, onde ocupou a cadeira de matemática de 1589 a 1592. Em seguida, foi nomeado para a cadeira de matemática na Universidade de Pádua, onde permaneceu até 1610. Em Pádua, ele realizou estudos e experiências em mecânica. Em 1610, foi nomeado matemático e filósofo pelo Grão Duque da Toscana. Ingressou na Academia dos Linces (em Roma, 1611). Simpatizante e defensor da teoria heliocêntrica de Copérnico, Galileu foi denunciado, em 1614, pelo Padre Tommaso Caccini (1574-1648), que considerou os seus argumentos sobre o movimento da Terra perigosos e contrários aos ensinamentos das escrituras sagradas. Após um julgamento longo e injusto Galileu foi condenado a renunciar publicamente as suas ideias. Os livros de Galileu foram incluídos no Index, censurados e proibidos. Reza a lenda que, ao sair do tribunal após sua condenação, disse uma frase célebre: "Eppur si muove!", ou seja, "contudo, ela se move", referindo-se à Terra. Galileu conseguiu comutar a pena de prisão à pena de confinamento, primeiro no palácio do embaixador do Grão-duque da Toscana em Roma, depois na casa do arcebispo Piccolomini em Siena e mais tarde na sua própria casa de campo em Arcetri, onde veio a falecer, aos 78 anos de idade, em 8 de janeiro de 1642.
Não há documentos que provem, mas acredita-se que para chegar à lei enunciada, o grande mestre realizou um experimento fazendo uso de um instrumento similar ao da figura a seguir.
O experimento consiste em liberar uma pequena bola da extremidade superior do plano (fig.2), ao mesmo tempo em que um pêndulo suspenso é colocado em movimento. A cada movimento do pêndulo, a bola atinge um dos sinos pequenos (fig.3) colocados ao longo do plano inclinado. As distâncias entre os sinos (que expressam os deslocamentos da bolinha em cada unidade de tempo – metade do período do pêndulo) formam uma sequência de números ímpares. Uma animação desta pode ser vista clicando no link http://brunelleschi.imss.fi.it/museum/emulti.asp?player=wmv&codice=500045&banda=h. Quer saber mais? Resolva os problemas 1, 2 e 3 deste módulo. A escolha desses problemas para compor o nosso módulo não é mera coincidência, pode ter certeza! |
MAIS SOBRE A FUNÇÃO QUADRÁTICA... | ||||||||||||||||
Podemos observar diversas situações do cotidiano ou da ciência em que a função quadrática é bastante útil para modelar ou resolver um problema. Em geometria, por exemplo, a área de um círculo é proporcional ao quadrado do comprimento do seu raio e a área do quadrado é igual ao comprimento do seu lado ao quadrado. Além dos exemplos anteriores, as áreas de outras superfícies geométricas também são proporcionais à medida de um de seus elementos lineares: a superfície esférica é, por exemplo, proporcional ao quadrado do comprimento do raio da esfera subtendida ($A = 4\pi{R}^{2}$) e a área do cubo é proporcional ao comprimento da aresta ao quadrado ($A = 6l^{2}$). Na disciplina de física, você já deve ter ouvido falar de equação horária de um corpo em queda livre, energia potencial elástica de uma mola, movimento uniformemente acelerado (a queda livre é um caso particular deste tipo de movimento), energia cinética, etc. A função quadrática é bastante útil nesses contextos!
Agora é com você, consulte seus professores e encontre outras equações que exprimem uma grandeza como função quadrática de outra. |
CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO QUADRÁTICA | ||||||||||||||||
Com base nas atividades do módulo, observamos que uma função quadrática $f : $
Suponha agora que tenhamos uma função $f : $ Teorema (Caracterização das Funções Quadráticas.) Se $f : $ Demonstração: Seja $f : $ Considerando a progressão aritmética 1, 2, 3, 4, 5, ..., vemos que os valores $g(1)$, $g(2)$, ..., $g(n)$, ... formam uma P.A. de segunda ordem não-degenerada. Logo existem constantes $a \neq 0$ e $b$ tais que para todo $n \in \mathbb{N}$. (Deveria ser $g(n) = an^{2} + bn + c$ porém $g(0) = 0$.) Em seguida, fixemos arbitrariamente um número $p \in \mathbb{N}$ e consideremos a progressão aritmética De modo análogo, concluímos que existem $a' \neq 0$ e $b'$ tais que para todo $n \in \mathbb{N}$, temos:
Portanto as funções quadráticas coincidem para todo $x = n \in \mathbb{N}$. Como vimos no início deste capítulo, isto obriga a $a = a'p^{2}$ e $b = b'p$, ou seja, $a' = \displaystyle\frac{a}{p^{2}}$, $b' = \displaystyle\frac{b}{p}$. Logo, para quaisquer números naturais $n$ e $p$ vale:
Vemos então que as funções contínuas $g(x)$ e $ax^{2} + bx$ são tais que $g(r) = ar^{2} + br$ para todo número racional positivo $r = \displaystyle\frac{n}{p}$. Segue-se que $g(x) = ax^{2} + bx$ para todo número real positivo $x$. De modo análogo, considerando a P.A. -1, -2, -3, ..., concluiríamos que $g(x) = a^{2} + bx$ para todo $x \leq 0$. Logo, pondo $f(0) = c$, temos $f(x) = g(x) + c$, ou seja,
para todo $x \in $
|
REFERÊNCIAS |
Boyer, C. B. (1949) The History of the Calculus and its Conceptual Development. New York: Dover Publications Inc. Hughes-Hallett, D., Gleason, A. M., Lock, P. F., Flath, D. E. et al. (1999) Cálculo e Aplicações. São Paulo: Editora Edgard Blücher LTDA. Lima, E.L., Carvalho, P. C. P., Wagner, E. & Morgado, A. C. (2001) A Matemática do Ensino Médio. Coleção do Professor de Matemática. V. 1. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática. Instituto e Museu da História da Ciência (Florença, Itália). Video que apresenta uma simulação da suposta experiência realizada por Galileu de uma bolinha descendo uma rampa inclinada. |
|